Poesias

DAS PRIMEIRAS MANHÃS

Se acaso perderes de ti os caminhos, errante e ermo
na dissipação dos tempos, refaz as pegadas ainda frescas
da infância. É nessa peregrinação reversa, buscando
a ti mesma, que encontrarás o sol das primeiras manhãs.
Ali, os horizontes dançam ao pé das fanfarras, sorriem,
de tão próximos podes tocá-los, pular sobre seus ombros
para o outro lado dos sonhos e ver a face dos princípios.
O que não se cria na infância ou respira na argila a saltar
das formas como quem se excita pelo desejo de suas fomes
na mesma sede peregrina, não está no mundo nem nunca
[se perde.
Na noite do décimo-sétimo dia
da brotação de tuas penas
secarás as lágrimas que pesam, pesam encharcando
as penas se voares contra o vento de quem busca,
como as águias, na agonia, os caminhos mais altos.
Aprenderás a saltar dos abismos, e na queda cairás
[dentro de ti.


15/11/2011

 

 

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